Relatório da vigilância epidemiológica das infecções nosocomiais da corrente sanguínea de 2011 foi agora (06/02/2014) disponibilizado no site da DGS | |
O Programa de vigilância epidemiológica (VE) das
infeções nosocomiais da corrente sanguínea (INCS), coordenado pela
Direcção-Geral da Saúde (DGS), integrado na rede nacional de VE, teve em 2011 a participação de 43 hospitais (37,6% dos hospitais do
SNS) e 5 hospitais privados.
Foram estudados 266 425 doentes, correspondendo a
1 882 696 dias de internamento.
Registaram-se 2 400 episódios de INCS.
A taxa global de INCS foi de 0,87 por 100 doentes
admitidos e de, 1,2
por mil dias de internamento.
Observou-se um predomínio de doentes do sexo
masculino (58,5%). Dos doentes com INCS, 61,1% tinham idade superior a 60 anos,
dos quais, 18,4% tinham mais de 80 anos.
Os grupos de serviços/áreas assistenciais com proporção e densidade de
INCS mais elevadas foram os serviços de Hematologia e Oncologia (Pediátrica e
Adultos) e as Unidades de Cuidados Intensivos (Polivalentes e outras).
Os episódios de INCS primárias
corresponderam a 59,2%, incluindo 19,7% associadas ao cateter vascular
central. Foram mais frequentes nos serviços de Medicina Interna,
Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) polivalentes, Cirurgia Geral, Especialidades Cirúrgicas e Hematologia e
Oncologia.
As INCS secundárias a
infeção noutro local corresponderam a 43,4%, sendo mais frequentes nos
serviços de Medicina Interna, UCI polivalentes, Hematologia e Oncologia,
Cirurgia Geral e Especialidades Cirúrgicas.
Obteve-se uma taxa de INCS associada a cateter venoso central (CVC) de 2,2 por mil dias de exposição a este
dispositivo, predominantemente nos serviços de Hematologia/Oncologia
(Pediátrica e Adultos), Especialidades Cirúrgicas, Medicina/Especialidades
Médicas e Cirurgia Geral. Os Serviços de Pediatria Geral apresentaram uma taxa
de 1% de INCS associadas a CVC.
No que se refere aos fatores de risco intrínseco,
a neoplasia sólida foi assinalada em 23% dos doentes com INCS, a neutropenia em
22%, a diabetes em 14%, leucemia/linfoma em 13%, e, as restantes situações de
Imunossupressão em 28% dos doentes.
Os fatores
de risco extrínsecos (FRE) mais significativos para o aparecimento de INCS
foram a presença de CVC, a nutrição parentérica e a hemodiálise.
As INCS secundárias tiveram origem
predominantemente nas infeções urinárias e respiratórias.
A
demora média nos doentes com INCS
foi de 36,8 dias, contrastando com a
demora média global de todos os doentes admitidos nos Serviços em estudo, que
foi de 7,3 dias.
Dos
doentes com episódio de INCS, 48,9% saíram com alta; 21,4% foram transferidos
para outros serviços ou outras unidades de saúde e 29,7% faleceram no decurso do episódio de INCS.
A
taxa bruta de mortalidade foi mais elevada nas UCI (polivalentes e Outras),
Medicina Interna e Cirurgia Geral.
Foram
isolados 2553 microrganismos nos 2400 episódios de INCS, dos quais, 48,6% eram
Gram negativo, 46,5% eram Gram positivo e 4,6% eram fungos.
Os
microrganismos predominantes foram Staphylococcus
aureus, Staphylococcus coagulase negativo, Escherichia coli e Klebsiella
sp., representando cerca de 60% do total de agentes etiológicos.
A taxa de Staphylococcus
aureus resistente à meticilina
(MRSA) foi de 57,7% no total das
estirpes identificadas e as resistências de Acinetobacter
baumannii às Cefolosporinas de terceira geração e aos Carbapenemes foram de
79,1% e 71,6% no total de estirpes.
Verificou-se
ainda a existência de 4,5% de resistências à Colistina no total de estirpes
testadas.
Um número
apreciável (30,3% das estirpes testadas, 28,9% no total de estirpes) de Klebsiella pneumoniae, são produtoras de
betalactamase de espectro extendido.
A análise das resistências foi ainda limitada, devido às variações na informaçãodisponibilizada pelos laboratórios de Microbiologia de cada Hospital aderente.
Documento in: http://www.dgs.pt/programas-de-saude-prioritarios.aspx
Documento in: http://www.dgs.pt/programas-de-saude-prioritarios.aspx
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