As Enterobacteriaceas resistentes aos carbapenemes (CRE) fazem parte duma família de bactérias com elevada resistência aos antibióticos, como é o caso da Klebsiella spp e da Escherichia coli. Já tendo sido documentadas estirpes "Pan-resistentes".
As infecções por CRE estão principalmente associadas aos cuidados de saúde, em doentes sujeitos a dispositivo/procedimentos invasivos e antibioterapia. Estas infecções são muito difíceis de tratar e têm elavada
mortalidade, em alguns estudos essa taxa é de 40 a 50%.
Ao lado está um mapa que representa os estados dos EUA com infecções por CRE com confirmação pelo CDC.
Também na Europa este problema se começa a tornar evidente e preocupante. Em 2011 o ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças) publicou dois documentos referentes ao risco de infecções por CRE:
- http://ecdc.europa.eu/en/publications/Publications/1111_TER_Risk-assessment-NDM.pdf
- http://ecdc.europa.eu/en/publications/Publications/Forms/ECDC_DispForm.aspx?ID=740
Importa implementar medidas efectivas de controlo de infecção no sentido de evitar a transmissão destas bactérias nas unidades de saúde. Torna-se, por isso, necessário implementar medidas de vigilância e contenção de CRE.
O CDC publicou um guia de controlo de CRE recomendando:
- Higiene das mãos
- Precauções de contacto (realizar a higiene das mãos antes de colocar equipamento de protecção individual; colocar bata e luvas antes de entrar no quarto e retira-los antes de sair tal como realizar a higiene das mãos)
- Educação de profissionais de saúde acerca da transmissão de microrganismos, precauções de contacto e higiene das mãos
- Uso racional de dispositivos invasivos
- Coortes de doentes com CRE e profissionais dedicados
- Notificação laboratorial dos isolados microbiológicos
- Politicas de antibióticos
- Pesquisa de portador de CRE (screening)
É de primordial importância conhecer as características epidemiológicas dos doentes infectados e dos colonizados no nosso país.