Pesquisar neste blogue

sábado, 16 de abril de 2011

Idosas em risco de algaliação desnecessaria nos serviços de urgência

Muitos dos cateteres urinários colocados nos serviços de urgencia podem não ser necessários. 
Os autores avaliaram a utilização da algálias com a conformidade com as  diretrizes da instituição e avaliaram os factores que influenciam a sua utilização.Este é um estudo retrospectivo observacional de 12 semanas de avaliação da utilização dos cateteres urinarios em todas as admissões no serviço de urgencia do hospital em estudo.
Foi observada a razão para a colocação, a presença da ordem de um médico para a sua colocação, o envolvimento do médico, idade e o sexo do doente.



Dos 4.521 pacientes avaliados, 532 (11,8%) tinha uma algália. Destes, 371 (69,7%)  com indicação de acordo com as directrizes, e 312 (58,6%) com ordem de um médico documentada. Cerca de 41% foram algaliados sem indicação de acordo com as directrizes da instituição.



A idade média dos pacientes que tiveram uma algália sem a indicação correcta foi de 71,3 ± 18,8 anos, dos indivíduos com indicação foi de 60,0 ± 22,4 anos (P <0,0001), e os indivíduos que não tiveram uma algália de  56,2 ± 22,6 anos (P <0,0001).  
Metade das mulheres com idade ≥ 80 anos que tinha colocado uma algália não tinham uma indicação de acordo com as diretrizes institucionais.
Os autores demonstraram que as mulheres tinham 1,9 vezes mais probabilidade que os homens de ter uma algália sem indicação correcta. Tal como as pessoas com idade ≥ 80 anos tinham 2,9 vezes mais probabilidade ​​do que aqueles de idade ≤ 50 anos, para ter uma algália sem uma indicação adequada. 
Este estudo conclui que as mulheres idosas têm maior risco de serem algaliadas sem indicação adequada  no serviço de urgência. 
Artigo original in: http://www.ajicjournal.org/article/S0196-6553%2810%2900672-3/abstract

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bundle para prevenir a infecção nosocomial da corrente sanguinea associada ao cateter vascular central

As recentemente publicadas Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections, 2011 (in http://www.cdc.gov/hicpac/pdf/guidelines/bsi-guidelines-2011.pdf) recomendam a utilização de  Bundles para prevenir a infecção nosocomial da corrente sanguínea associada ao uso do catéter vascular central (CVC). O Institute for healthcare improvment propõe cinco medidas de eficácia comprovada na prevenção desta infecção e que se implementadas em conjunto resultam melhor do que implementadas individualmente.
 CVC Bundle:
  • Higiene das mãos;
  • Máximas Precauções de Barreira durante a inserção;
  • Antisepsia da pele com  Clorohexidina;
  • Optimizar o local de inserção do CVC, evitando a femoral para CVC em adultos;
  • Rever diariamente a necessidade de manter o cateter, removendo-o prontamente.
in http://www.ihi.org/IHI/Topics/CriticalCare/IntensiveCare/Changes/ImplementtheCentralLineBundle.htm

sexta-feira, 8 de abril de 2011

New guidelines to prevent catheter-related infections

New guidelines to prevent catheter-related infections

Naomi O’Grady, MD
Naomi O’Grady, MD

Recently, hospital-acquired infections have become an important benchmark of hospital quality and patient safety. Many hospitals are now being required to report patient safety data, and some of this data includes infection rates.
I am proud to announce the release of the updated Guideline to Prevent Intravascular Catheter Related Infections. Clinicians and infection control personnel now have the most recent published information on how to best eliminate these types of infections.


 http://blogs.cdc.gov/safehealthcare/?s_cid=dhqp_017

2011. Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections

Desde 2009 que o draft das Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections estava a ser trabalhado, agora foi publicada a versão final (esta semana). Sobre as  guidelines de 2002 há lugar ao  destaque de algumas àreas:
1) Educação e formação de profissionais que inserem e fazem a manutenção dos cateteres;  
2) Uso de barreiras máximas (estéreis) durante a inserção do cateter venoso central; 


3) Preparação da pele com  de clorexidina (> 0,5%) com álcool;  
4) Não substituição de cateteres venosos centrais por rotina como estratégia para prevenir a infecção;
5) Uso de cateteres venosos centrais de curta duração impregnados com anti-séptico/antibiótico (em situações especificas)
6) Uso de pensos de clorexidina se a taxa de infecção não está a diminuir, apesar da adopção de outras estratégias.  
Estas orientações também enfatizam a melhoria do desempenho através da implementação de bundles, e documentar e relatar as taxas de adesão com todos os componentes do pacote como referência para a garantia da qualidade e melhoria de desempenho.

Resumo das recomendações

  • Educar os profissionais de saúde quanto à indicação do uso de cateter intravascular, os procedimentos adequados para a inserção e manutenção dos cateteres,  e medidas adequadas de controlo de infecção;
  • Designar apenas pessoal qualificado para a inserção e manutenção de cateteres;
  • Pesar os riscos e benefícios de cada local de colocação de um cateter venoso central tendo em conta o risco de complicações mecânicas  e infecciosas;
  • Evite a veia femoral para acesso venoso central em adultos;
  • Use a subclávia, ao invés da jugular ou femural, em adultos, para minimizar o risco de infecção para a colocação de CVC não tunelizado;
  • Utilizar um CVC com o número mínimode lúmens, indispensáveis;
  • Retirar imediatamente qualquer cateter intravascular assim que deixe de ser essencial;
  • Quando a adesão à técnica asséptica não pode ser garantida (ou seja, cateteres inseridos durante uma emergência médica), substituir o cateter o mais rapidamente possível, ou seja, dentro de 48 horas; 
  • Realizar a higiene das mãos e manter a técnica asséptica para a inserção e manutenção dos cateteres intravasculares;
  • Use barreira máxima (estéreis) incluindo a utilização de um gorro, máscara, bata, luvas estéreis, e campo esteril grande, para a inserção de CVCs, PICCs, ou troca do fio-guia;
  • Prepare a pele (previamente limpa) com uma preparação de clorexidina (> 0,5%) com álcool antes de cateter venoso central e cateter arterial periférico e durante as trocas de curativos.(excepto em  crianças com idade inferior a 2 meses);
  • O anti-séptico deve secar (de acordo com as recomendações do fabricante) antes da colocação do cateter;
  • Use um penso esterilizado, transparente, semipermeável  (mudar pelo menos a cada 7 dias, excepto na pediatria) para cobrir o local do cateter ou um penso com uma compressa esterilizada (mudar a cada 2 dias) se houver diaforese ou se o local estiver a sangrar até que isso seja resolvido;
  • Substituir o penso caso esteja húmido, solto ou visivelmente sujo;
  • Não use pomadas ou cremes antibióticos tópicos no local de inserção, com exceção de cateteres de diálise, devido ao seu potencial de promover infecções fúngicas e resistência aos antimicrobianos;
  • Não molhe o local do cateter ou cateter, o banho deve ser autorizado se forem tomadas as precauções para reduzir a probabilidade de introdução de microrganismos no cateter e conexões;
  • Assegurar que os cuidados ao cateter é compatível com o material do cateter;

    As recomendações completas devem ser consultadas: Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections, 2011 in http://www.cdc.gov/hicpac/pdf/guidelines/bsi-guidelines-2011.pdf

    quinta-feira, 7 de abril de 2011

    Estratégias para evitar as infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais de agudos (4)

    Prevenção da Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

    • Garantir a vigilância da ILC.
    • Fazer profilaxia antimicrobiana em conformidade com as normas baseadas em guidelines.
    •  Não remover pêlos no local da cirurgia a menos que vá interferir com a cirurgia, não use lâminas de barbear.
      • Controle de nível de glicose no sangue durante o período pós-operatório imediato de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
      • Educar cirurgiões eo pessoal perioperatório sobre prevenção ILC. 
      • Educar os doentes e suas famílias sobre a prevenção ILC.
      • Não use rotineiramente a vancomicina como profilaxia antimicrobiana; vancomicina pode, contudo, ser um agente adequado para circunstâncias clínicas específicas.
        Texto original in http://www.jstor.org/stable/full/10.1086/591060#h1

        domingo, 3 de abril de 2011

        Estratégias para evitar as infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais de agudos (3)


        Prevenção da infecção do tracto urinário (ITU) associada à algaliação 
        • Fornecer e implementar orientações escritas para o uso da algália, inserção e manutenção. 
        • Certifique-se que apenas pessoal treinado procede à algaliação. 
        • Garantir a técnica asséptica na inserção do catéter.
        • Documentar informações no processo do doente: indicações para a inserção do catéter, data e hora de inserção, profissional e a data e hora da remoção.
        • É necessário pessoal qualificado e recursos tecnológicos para apoiar a vigilância sobre o uso das algálias. Use critérios padronizados para identificar as ITU associadas à algaliação (dados numerador). Recolher a informação sobre o número de catéter/dia (dados denominador) para a unidade ou unidades que estão a ser monitorados. Calcular as taxas de ITU associada à algaliação. Monitorizar a utilização de algálias, incluindo a taxa de algaliação durante o internamento, taxa de utilização da algalia segundo as indicações aceites, e a duração da manutenção do catéter. 
        • Educar os profissionais de saúde envolvidos na algaliação, nos cuidados e manutenção da algália.
        • Educar sobre a prevenção da ITU, incluindo alternativas para algaliação e procedimentos para a inserção do catéter, manutenção e remoção.
        • Algaliar só quando estritamente necessário e apenas enquanto for indicado.Considere outros métodos alternativos
        • Higienizar as mãos (em conformidade com o Centers for Disease Control and Prevention ou orientações Organização Mundial de Saúde) imediatamente antes da inserção do catéter, antes e após qualquer manipulação do sistema.
        • Inserir cateter com técnica asséptica e material estéril. 
        • Seleccionar um cateter de baixo calibre tanto quanto possível, que seja consistente com uma drenagem adequada, para minimizar trauma uretral 
        • Fixar a algália após a inserção para impedir o movimento e tração uretral.
        • Manter o sistema de drenagem fechado e estéril (quando houver quebra da junção algália-saco colector com este deve ser substituído com técnica asséptica e após desinfecção da junção).
        • Na colheita de urina asséptica colher a amostra por aspiração com uma agulha e seringa estéreis após desinfecção do ponto de colheita.
        • Manter o fluxo da urina mantendo o sistema desobstruído.
        • Esvaziar o saco colector regularmente, usando um recipiente individual para cada doente e evitar que a torneira de despejo tocar no recipiente de recolha.
        • Manter o saco colector sempre abaixo do nível da bexiga. 
        • Manter a limpeza do meato com a higiene rotina.
          Algumas abordagens especiais para a prevenção da ITU associada à algaliação. Realizar uma avaliação de risco. Estas abordagens especiais são recomendados para locais e / ou populações dentro do hospital após avaliação de risco que sugira ausência de controlo efectivo, apesar da implementação das práticas de base.

          • Implementar um programa para identificar e remover cateteres que já não são necessários.
          • Desenvolver um protocolo para a gestão de retenção urinária pós-operatória, incluindo a utilização do cateterismo intermitente e uso de scanners vesicais. 
          • Estabelecer um sistema para analisar e divulgar dados sobre o uso de algálias e eventos adversos associados. 
          Abordagens que não devem ser consideradas por rotina.  
          • Não use rotineiramente cateteres revestidos a prata ou outros antibacterianos.
          • Não trate a bacterúria assintomática em doentes cateterizados, excepto antes de procedimentos urológicos invasivos.
          • Evitar a irrigação do catéter.
          • Não usar rotineiramente antimicrobianos sistémicos como profilaxia.
          • Não mude rotineiramente cateteres.


           Documento completo in Vol. 29, No. S1, October 2008 of Infection Control and Hospital Epidemiol (http://www.jstor.org/stable/full/10.1086/591060#h1)